A noite invade-me
de tantas maneiras
e muito
muito para lá da minha pele
quer encontrar
essa criança escondida
na evasão
dos olhos fechados.
A noite ainda procura
sonhos indecisos
que me olham por cima do ombro.
A noite traz-me
preso por velhas glórias
como o desfile silencioso
de soldados de chumbo.
Esta noite que me enche, inadvertido,
não quer ser outra coisa.
Apenas a tela dos medos futuros
decorada em azul.
Esta noite que me ama
não me traz promessas
nem conforto algum.
Nem palavras
nem destinos
nem caminhos
para percorrer.
Esta noite
não me leva a lado nenhum.
Basta!
É tempo de amanhecer.